sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Rosa Tunes: a fotógrafa da sensibilidade

“A inspiração vem desse grande amor que eu tenho pela vida, a vontade que tenho de eternizar os momentos mágicos e principalmente levar alegria para as pessoas. Acho que minha grande missão aqui na terra é essa.”
(Créditos: Marco Athayde)
Fotografia é possibilidade de eternizar a imagem de um determinado momento. Como a tela precisa de um pintor para revelar a beleza da pintura, foto é papel em branco preenchido pelas cores da vida real que se revelam a partir do olhar perspicaz e sensível de um fotógrafo, neste caso de uma fotógrafa. Rosa Tunes vem pintando diversos cenários, emocionadamente elege o Rio Corrente com sua principal paixão.
(Créditos: Rosa Tunes)
Rosa Tunes, nasceu em Salvador vindo para região da Bacia do Rio Corrente no ano de 1975, admiradora do trabalho de Sebastião Salgado, sempre alimentou uma grande paixão pela fotografia e por trás das lentes descobriu uma forma singular de revelar as belezas naturais, humanas, artísticas e culturais dessa região, não limitando o seu espaço geográfico de atuação, volta e meia coloca a mochila nas costas e se aventura em viagens pela Chapada Diamantina, Costa do Descobrimento, além de outros itinerários deslumbrantes.
(Créditos: Rosa Tunes)
Na imagem, técnica e sentimentos ficam lado a lado, dividindo o mesmo espaço, na falta de um, ou de outro, a obra fica incompleta. Olhar uma fotografia é enxergar pelos ângulos, cores, tons e brilhos de um olhar emprestado, o olhar do fotógrafo, e isso se torna mais agradável quando ele consegue revelar de forma fidedigna uma imagem capaz de tocar nossos sentimentos. Através do olhar dessa mulher, que além de fotógrafa é humanamente apaixonante, vamos conhecer um pouca da poética da imagem, ao tempo em que nos deliciamos com a visão de belíssimas fotografias.
(Créditos: Rosa Tunes)
O convite é para conhecer um pouco mais do trabalho e da história dessa fotógrafa.

Como é para você ser uma fotógrafa de referência na cidade e região?
Isso é até um pouco constrangedor para mim, não me considero essa grande fotógrafa, embora as pessoas estejam sempre elogiando o meu trabalho. O que posso dizer é o seguinte: descobri esse talento recentemente, sempre fui louca por fotos, até considerava isso uma coisa fora do normal, meu ex-marido achava terrível por que eu queria fotografá-lo acordando, dormindo... Enfim, eu sou assim, uma eterna apaixonada pela natureza, por pessoas, e eu gosto de retratar isso, me dar um prazer muito grande. Fotografar é umas das maiores alegrias da minha vida.

De onde vem inspiração para as suas fotos?
A inspiração vem desse grande amor que eu tenho pela vida, a vontade que tenho de eternizar os momentos mágicos e principalmente levar alegria para as pessoas. Acho que minha grande missão aqui na terra é essa. Externar toda alegria de viver e poder contribuir para que possamos ter um mundo melhor. É uma grande alegria quando vejo mensagens de meus amigos e até de pessoas que não conheço em meu facebook agradecendo pelas imagens, elogiando e dizendo que seus dias são melhores quando veem minhas fotos. Isso não tem preço que pague.

Existe relação dessas suas fotografias com a cultura da região?
Totalmente. Creio que tem toda uma relação, por que além de estar registrando esses momentos maravilhosos, estou passando paras as pessoas, estou sendo uma mensageira. Muitos filhos da região moram fora e gostam de ver como anda a sua cidade atualmente, logo as fotos que faço se transformam num registro de espaço e tempo. E o que eu acho muito bacana é quando tiro uma foto e ela própria diz o que eu quero falar, nem é preciso descrevê-la.

Rosa Tunes é mais feliz na frente ou por trás das lentes de uma câmera?
Com certeza por trás das lentes, se bem que eu adoro ser fotografada. É difícil a gente encontrar alguém que consiga manusear, por que uma máquina profissional não é muito fácil. Eu fico muito feliz quando alguém consegue tirar uma foto minha bem bacana. Só que eu me sinto mais realizada fotografando. Esse é um grande presente de Deus na minha vida, pois sempre pedi à Ele para trabalhar com algo que eu gostasse muito. Que bom que meu pedido foi atendido.

Esse seu trabalho é restrito à Bacia do Rio Corrente?
Claro que não, eu estou aberta a tudo que puder acontecer na minha vida, principalmente em termos de aprendizado. Esse trabalho, por enquanto, está aberto a todo o Oeste da Bahia, inclusive estou começando a me profissionalizar e consegui um apoio muito grande de Marco Athayde que é um bom designer e fotógrafo, um grande irmão, ele me deu a oportunidade de descobrir esse meu talento, me proporcionou algumas ferramentas para isso. Recentemente viajei, uma viagem pequena, fui até Serra Dourada com Rui Resende, ele está fazendo um livro de fotografias sobre o Oeste da Bahia, e me passou ensinamentos valiosos, incríveis... E por sinal, ele é uma pessoa muito simples, está me ensinando bastante e eu tenho que mostrar resultados, então me incentiva a ter um olhar mais crítico e a estar aperfeiçoando o meu trabalho.

Existe relação do seu trabalho fotográfico com outros fazedores de culturas nos diversos campos e linguagens?
A relação é de total cumplicidade. Eu apoio demais a cultura, tudo que se diz arte estou dentro. E assim, o máximo que eu puder contribuir, estar registrando, mostrando ao mundo a cultura de Santa Maria da Vitória, de São Félix do Coribe e de todo o Oeste da Bahia, pode contar comigo. Creio que nasci para as artes e no fundo no fundo, o que eu gostaria mesmo é de fazer pinturas quando fotografo.

Há algum grande nome da fotografia no qual você busca referência para seu trabalho?
Eu admiro, como já citei, o Rui Rezende. Admiro muito a fotografia do Rui por que ele fotografa a natureza de forma muito real, muito fantástica. Tem Sebastião Salgado também, eu acho as fotos dele incríveis, ele passa uma mensagem extraordinária, consegue fotografar a pobreza no mundo de uma forma poética que me encanta. Então ele é um grande referencial para minha vida. Eu estou seguindo os passos desses dois grandes Magos da fotografia.

Através da fotografia onde Rosa Tunes quer chegar?
Rosa Tunes quer desbravar o mundo todo se for possível. Eu gostaria de fotografar todos os lugares lindos que existem em nosso planeta e principalmente lugares simples que as pessoas não conseguem enxergar. O simples! Isso é o que me encanta. Fotografar o simples e poder mostrá-lo com glamour é o meu maior desejo.

Dê um exemplo do “simples”.
Uma pequeninha florzinha que fica lá no meio do mato, transbordando numa água e que ninguém consegue enxergar. E tá lá escondidinha até no asfalto, na beira da estrada.

Qual é a ligação entre: Rosa Tunes, fotografia e o Rio Corrente?
Eu sou louca e apaixonada pelo Corrente. Esse Rio faz parte da minha vida (emocionada). Foi nele que aprendi a nadar, nele eu conheci a liberdade, conheci pessoas grandes e simples. Eu o considero uma nação inteira. Tenho até um projeto futuro de fazer um livro sobre todo Rio Corrente, desde a nascente até onde ele deságua no Rio São Francisco, espero que Deus me ajude a realizar esse projeto. Eu me sinto parte dele.

Quem é Rosa Tunes no cenário cultural de Santa Maria da Vitória?
Uma mensageira que leva boas mensagens através das imagens, uma pessoa que quer distribuir alegria, simplicidade, espontaneidade e aumentar a auto-estima das pessoas. Eu amo muito a vida e tudo de bom que existe nela.


Por Culturas Corrente

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Prezad@s,

Deixe aqui seu comentário, será bem recebido e ajudará a melhorar nosso trabalho.

Desde já agradecemos!