sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Rosa Tunes: a fotógrafa da sensibilidade

“A inspiração vem desse grande amor que eu tenho pela vida, a vontade que tenho de eternizar os momentos mágicos e principalmente levar alegria para as pessoas. Acho que minha grande missão aqui na terra é essa.”
(Créditos: Marco Athayde)
Fotografia é possibilidade de eternizar a imagem de um determinado momento. Como a tela precisa de um pintor para revelar a beleza da pintura, foto é papel em branco preenchido pelas cores da vida real que se revelam a partir do olhar perspicaz e sensível de um fotógrafo, neste caso de uma fotógrafa. Rosa Tunes vem pintando diversos cenários, emocionadamente elege o Rio Corrente com sua principal paixão.
(Créditos: Rosa Tunes)
Rosa Tunes, nasceu em Salvador vindo para região da Bacia do Rio Corrente no ano de 1975, admiradora do trabalho de Sebastião Salgado, sempre alimentou uma grande paixão pela fotografia e por trás das lentes descobriu uma forma singular de revelar as belezas naturais, humanas, artísticas e culturais dessa região, não limitando o seu espaço geográfico de atuação, volta e meia coloca a mochila nas costas e se aventura em viagens pela Chapada Diamantina, Costa do Descobrimento, além de outros itinerários deslumbrantes.
(Créditos: Rosa Tunes)
Na imagem, técnica e sentimentos ficam lado a lado, dividindo o mesmo espaço, na falta de um, ou de outro, a obra fica incompleta. Olhar uma fotografia é enxergar pelos ângulos, cores, tons e brilhos de um olhar emprestado, o olhar do fotógrafo, e isso se torna mais agradável quando ele consegue revelar de forma fidedigna uma imagem capaz de tocar nossos sentimentos. Através do olhar dessa mulher, que além de fotógrafa é humanamente apaixonante, vamos conhecer um pouca da poética da imagem, ao tempo em que nos deliciamos com a visão de belíssimas fotografias.
(Créditos: Rosa Tunes)
O convite é para conhecer um pouco mais do trabalho e da história dessa fotógrafa.

Como é para você ser uma fotógrafa de referência na cidade e região?
Isso é até um pouco constrangedor para mim, não me considero essa grande fotógrafa, embora as pessoas estejam sempre elogiando o meu trabalho. O que posso dizer é o seguinte: descobri esse talento recentemente, sempre fui louca por fotos, até considerava isso uma coisa fora do normal, meu ex-marido achava terrível por que eu queria fotografá-lo acordando, dormindo... Enfim, eu sou assim, uma eterna apaixonada pela natureza, por pessoas, e eu gosto de retratar isso, me dar um prazer muito grande. Fotografar é umas das maiores alegrias da minha vida.

De onde vem inspiração para as suas fotos?
A inspiração vem desse grande amor que eu tenho pela vida, a vontade que tenho de eternizar os momentos mágicos e principalmente levar alegria para as pessoas. Acho que minha grande missão aqui na terra é essa. Externar toda alegria de viver e poder contribuir para que possamos ter um mundo melhor. É uma grande alegria quando vejo mensagens de meus amigos e até de pessoas que não conheço em meu facebook agradecendo pelas imagens, elogiando e dizendo que seus dias são melhores quando veem minhas fotos. Isso não tem preço que pague.

Existe relação dessas suas fotografias com a cultura da região?
Totalmente. Creio que tem toda uma relação, por que além de estar registrando esses momentos maravilhosos, estou passando paras as pessoas, estou sendo uma mensageira. Muitos filhos da região moram fora e gostam de ver como anda a sua cidade atualmente, logo as fotos que faço se transformam num registro de espaço e tempo. E o que eu acho muito bacana é quando tiro uma foto e ela própria diz o que eu quero falar, nem é preciso descrevê-la.

Rosa Tunes é mais feliz na frente ou por trás das lentes de uma câmera?
Com certeza por trás das lentes, se bem que eu adoro ser fotografada. É difícil a gente encontrar alguém que consiga manusear, por que uma máquina profissional não é muito fácil. Eu fico muito feliz quando alguém consegue tirar uma foto minha bem bacana. Só que eu me sinto mais realizada fotografando. Esse é um grande presente de Deus na minha vida, pois sempre pedi à Ele para trabalhar com algo que eu gostasse muito. Que bom que meu pedido foi atendido.

Esse seu trabalho é restrito à Bacia do Rio Corrente?
Claro que não, eu estou aberta a tudo que puder acontecer na minha vida, principalmente em termos de aprendizado. Esse trabalho, por enquanto, está aberto a todo o Oeste da Bahia, inclusive estou começando a me profissionalizar e consegui um apoio muito grande de Marco Athayde que é um bom designer e fotógrafo, um grande irmão, ele me deu a oportunidade de descobrir esse meu talento, me proporcionou algumas ferramentas para isso. Recentemente viajei, uma viagem pequena, fui até Serra Dourada com Rui Resende, ele está fazendo um livro de fotografias sobre o Oeste da Bahia, e me passou ensinamentos valiosos, incríveis... E por sinal, ele é uma pessoa muito simples, está me ensinando bastante e eu tenho que mostrar resultados, então me incentiva a ter um olhar mais crítico e a estar aperfeiçoando o meu trabalho.

Existe relação do seu trabalho fotográfico com outros fazedores de culturas nos diversos campos e linguagens?
A relação é de total cumplicidade. Eu apoio demais a cultura, tudo que se diz arte estou dentro. E assim, o máximo que eu puder contribuir, estar registrando, mostrando ao mundo a cultura de Santa Maria da Vitória, de São Félix do Coribe e de todo o Oeste da Bahia, pode contar comigo. Creio que nasci para as artes e no fundo no fundo, o que eu gostaria mesmo é de fazer pinturas quando fotografo.

Há algum grande nome da fotografia no qual você busca referência para seu trabalho?
Eu admiro, como já citei, o Rui Rezende. Admiro muito a fotografia do Rui por que ele fotografa a natureza de forma muito real, muito fantástica. Tem Sebastião Salgado também, eu acho as fotos dele incríveis, ele passa uma mensagem extraordinária, consegue fotografar a pobreza no mundo de uma forma poética que me encanta. Então ele é um grande referencial para minha vida. Eu estou seguindo os passos desses dois grandes Magos da fotografia.

Através da fotografia onde Rosa Tunes quer chegar?
Rosa Tunes quer desbravar o mundo todo se for possível. Eu gostaria de fotografar todos os lugares lindos que existem em nosso planeta e principalmente lugares simples que as pessoas não conseguem enxergar. O simples! Isso é o que me encanta. Fotografar o simples e poder mostrá-lo com glamour é o meu maior desejo.

Dê um exemplo do “simples”.
Uma pequeninha florzinha que fica lá no meio do mato, transbordando numa água e que ninguém consegue enxergar. E tá lá escondidinha até no asfalto, na beira da estrada.

Qual é a ligação entre: Rosa Tunes, fotografia e o Rio Corrente?
Eu sou louca e apaixonada pelo Corrente. Esse Rio faz parte da minha vida (emocionada). Foi nele que aprendi a nadar, nele eu conheci a liberdade, conheci pessoas grandes e simples. Eu o considero uma nação inteira. Tenho até um projeto futuro de fazer um livro sobre todo Rio Corrente, desde a nascente até onde ele deságua no Rio São Francisco, espero que Deus me ajude a realizar esse projeto. Eu me sinto parte dele.

Quem é Rosa Tunes no cenário cultural de Santa Maria da Vitória?
Uma mensageira que leva boas mensagens através das imagens, uma pessoa que quer distribuir alegria, simplicidade, espontaneidade e aumentar a auto-estima das pessoas. Eu amo muito a vida e tudo de bom que existe nela.


Por Culturas Corrente

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

SecultBA divulga período de inscrições para editais do Fundo de Cultura 2014

Com investimento de 41 milhões do Fundo de Cultura, a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) selecionará, mais uma vez, projetos artístico-culturais em diversas linguagens
Entre os dias 03 de dezembro e 21 de janeiro de 2014, a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) recebe inscrições para os 20 Editais Setoriais e Demanda Espontânea do Fundo de Cultura da Bahia (FCBA). Em 2014, ao todo serão investidos R$ 41 milhões no FCBA repartidos entre Editais Setoriais, Mobilidade Artística e Cultural, Eventos Calendarizados e Instituições Culturais. Em relação aos editais, há um acréscimo de 10% do recurso em relação à última seleção, realizada entre dezembro de 2012 e janeiro deste ano.

Com a ampliação dos recursos, a SecultBA espera contemplar uma quantidade maior de projetos. “A expectativa é conseguir apoiar 400 projetos, mas tudo vai depender do volume e da qualidade do material recebido”, afirma o secretário de cultura Albino Rubim. Além disso, “abrir os editais agora é um esforço que a Secretaria faz para garantir estes recursos para todos os setores da comunidade cultural, mantendo a periodicidade das chamadas públicas, além do respeito e do diálogo com todas as áreas “, completa Rubim.

Serão selecionados projetos culturais de diferentes áreas e segmentos, que podem ser inscritos nos editais de Audiovisual, Artes Visuais, Circo, Culturas Digitais, Culturas Populares, Culturas Identitárias, Dança, Economia Criativa, Formação e Qualificação em Cultura, Literatura, Museus, Música, Projetos Estratégicos em Cultura, Patrimônio Cultural, Arquitetura e Urbanismo Publicação de Livros por Editoras Baianas, Teatro, Territórios Culturais, Restauro e Digitalização de Arquivos Dinamização de Espaços Culturais, além de um novo edital – Apoio a Grupos e Coletivos Culturais – e, finalmente, a seleção de Demanda Espontânea, que tem como objetivo apoiar projetos que não se enquadrem em nenhum dos editais anteriores. Para estes editais estão disponíveis R$ 30,66 milhões. Complementam os investimentos o apoio a Ações Continuadas de Instituições Culturais (R$ 6,27 milhões), Eventos Calendarizados (R$ 3,3 milhões) e Mobilidade Artístico Cultural (R$ 700 mil).

Podem participar, encaminhando propostas, pessoa física maior de 18 anos e pessoa jurídica que atue no exercício de atividades culturais, residentes na Bahia há pelo menos três anos. As portarias dos editais e todos os documentos que orientam o processo de inscrição estarão disponíveis no site na data de sua publicação do Diário Oficial. Até lá, mais informações sobre os objetos de apoio de cada edital, valores globais e por projetos, estarão disponíveis aqui. As propostas poderão ser enviadas pelos Correios e através do Sistema Clique Fomento – siic.cultura.ba.gov.br.

Por: SecultBa

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Membros dos Colegiados Setoriais entregam carta de cobrança ao governador Jaques Wagner

“Queremos imediata solução”, 
comenta representante do Colegiado 
Setorial de Teatro, Gordo Neto.
Representantes da classe artística protocolaram nesta sexta-feira, 22, na Governadoria, no CAB, uma carta endereçada ao governador Jaques Wagner. O texto cobra do líder do Executivo estadual urgência nas reivindicações que foram apresentadas durante uma reunião entre o poder público e os agentes culturais, no dia 05 de novembro.


O documento foi entregue por representantes dos Colegiados Setoriais. O texto faz referência ao fato de que faltam 20 dias úteis para o final do ano e ainda não houve nenhum pronunciamento do governador. De acordo com o presidente do Colegiado Setorial de Teatro, Gordo Neto, na reunião do dia 05, o governador teria garantido que em 15 dias se pronunciaria a respeito das solicitações feitas pelos agentes culturais.

A classe artística pede que a verba destinada à pasta da Cultura seja de 1% em 2014, índice que subiria para 1,5% em 2015, sem opção de ser contingenciada. Outro ponto a ser resolvido é o agendamento de uma reunião entre os representantes da classe artística, a Secretaria de Cultura e a Secretaria da Fazenda.

Esses pedidos têm sido frequentes desde que o governo do Estado anunciou o contingenciamento de verbas, em agosto. A medida causou, entre outros prejuízos, o cancelamento e adiamento de atividades apoiadas por editais da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) e pelos recursos do Fundo de Cultura da Bahia (FCBA). 

Gordo Neto lembra que os agentes culturais têm investido no diálogo com o poder público e esperam que o setor não seja ainda mais prejudicado diante do corte de verbas que deve se estender até o próximo ano. 

Queremos imediata solução. Já fizemos tudo que tínhamos que fazer. Tratamos do assunto de forma mais amistosa possível e tranquila, foi tudo dito e ouvido, mas o ano está acabando e nada se define”, lamenta Neto, após ressaltar que a classe não perdeu as esperanças, mas quer respostas. 

Por Ascom CEC

Carta cobrança ao Governo do Estado da Bahia

Salvador, 22 de novembro de 2013


Excelentíssimo Senhor Governador do Estado da Bahia Jaques Wagner

Senhor Governador

Nós, do Colegiado Setorial das Artes da Bahia, acompanhados pelo Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado da Bahia – SATED, presentes em reunião ocorrida no ultimo dia 05 nessa governadoria com gestores da Secretaria de Cultura do Estado - SECULT, representantes do poder Legislativo e do Conselho Estadual de Cultura - CEC, voltamos a nos comunicar com o senhor governador.

Ocorre que findo o exercício do ano de 2013 onde só nos restam 20 dias úteis para resoluções, se não houver definições das demandas, relatadas em reunião, cai por terra todo um esforço conjunto da sociedade civil, por nós representada, e do governo do Estado por conta do comprometimento assumido por Vossa Excelência.

Lembramos também o prazo de quinze dias para que tivéssemos respostas sobre os pleitos e por isso voltamos dentro desse prazo para saber o encaminhamento e andamento dos pleitos discutidos consigo na citada reunião.

Os pleitos acordados: 

1 – Reunião do Governador com SEFAZ e SECULT para pronta resolução dos repasses pendentes.

2 – Revisão de proposta orçamentária, retomando os patamares reivindicados pela classe artística de 1% para 2014 e 1,5% para 2015, não contingenciáveis.

Agradecendo desde já a celeridade dessas soluções e contando com o apoio de Vossa Excelência.

Aguardamos solução.

Colegiado setorial das Artes da Bahia

MinC lança plataforma com espaço para opiniões do público sobre propostas para a III CNC

Está no ar uma plataforma digital lançada pelo Ministério da Cultura (MinC) na qual as delegações estaduais que participarão da III Conferência Nacional de Cultura (III CNC), em Brasília, no próximo dia 27, e o público em geral, poderão opinar e votar nas propostas que considerem importantes, entre as 614 disponíveis.

Trata-se da Conferência Virtual, que ficará aberta somente até o dia 26. Clique AQUI e veja como dar a sua opinião. 

Participe!

Fonte: MinC

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Classe artística cobra resoluções ao secretário de Cultura

Reunião com o Secretário (Créditos: Emídio)
Na manhã da última quarta-feira, 20, representantes dos Colegiados Setoriais se encontraram com o secretário de Cultura, Albino Rubim. Na ocasião, os agentes culturais cobraram do secretário um posicionamento em relação aos pedidos que a categoria artística tem feito desde que o governo do Estado anunciou o contingenciamento de verbas, em agosto. O corte no orçamento provocou, entre outros prejuízos, o cancelamento e adiamento de atividades apoiadas por editais da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) e pelos recursos do Fundo de Cultura da Bahia (FCBA).

Entre os pedidos dos artistas ao secretário estão uma reunião entre a categoria e o secretário da Fazenda, Manoel Vitório, e o repasse imediato das verbas destinadas ao Fundo de Cultura. O encontro aconteceu no gabinete do secretário, no Palácio Rio Branco (Praça Tomé de Souza).

Foram convidados o assessor de Relações Institucionais da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), Kuka Matos, e a diretora-geral interina da Fundação Pedro Calmon (FPC), Fátima Fróes. Representando os setores artísticos marcaram presença Gordo Neto (Teatro), Emídio Bastos e Flávio Lopes (Artes Visuais), Robson Mol (Circo), Valdeck Almeida de Jesus e Jorge Carrano (Literatura) e Clara Trigo (Dança).

AVALIAÇÃO – O encontro com o secretário Albino Rubim durou cerca de duas horas e aconteceu 15 dias após a classe artística se reunir com o governador Jaques Wagner. Para o presidente do Colegiado Setorial de Artes Visuais, Emídio Bastos, essa nova rodada de diálogo com o poder público representou pouco avanço em relação às necessidades do setor cultural.

A reunião foi importante porque apresentamos os problemas ao secretário, mas foi pouco produtiva por não ter havido a formalização dos compromissos. Não foram marcadas novas datas de reuniões ou apresentadas posições oficiais do governo. A reunião ficou no campo do político, nada foi assinado. Houve apenas a promessa de empenho”, detalha.

Bastos afirma que, durante a reunião, foi levantado a questão das vagas, para 2014, que os Colegiados Setoriais devem assumir no Conselho Estadual de Cultura da Bahia (CEC). A comissão de artistas pediu ao secretário uma reunião para tratar o assunto, mas não há confirmação do encontro. Em contrapartida, Bastos disse que o secretário pretende se reunir com os conselheiros estaduais de cultura para discutir o assunto.

Reunião com o Secretário (Créditos: Emídio)
ANÁLISE E DISCUSSÃO – Nesta quinta-feira, 21, às 14 horas, os representantes da classe artística se reúnem na sede do Conselho Estadual de Cultura, no Campo Grande, para discutir e propor mudanças na minuta da Lei do Fundo de Cultura. O documento foi entregue pelo secretário Albino Rubim aos presentes na reunião. Seu texto contempla alterações sugeridas pela sociedade entre 20 de março e 12 de maio deste ano.

Emídio Bastos não acredita que a oportunidade de os colegiados analisarem a minuta seja um privilégio ou conquista. Ele defende que deveria haver mais transparência em processos como esse. “Essa minuta está na Procuradoria Geral do Estado e deveria, inclusive, não ser apresentada dessa forma, entregue em uma reunião. Ela deveria estar disponível a todos no site da Secult, da Procuradoria Geral ou de onde estivesse tramitando”, assinala.

Com pensamento semelhante, mas considerando crucial a parceria e apoio dado pela SecultBA aos Colegiados Setoriais, a presidente do Colegiado Setorial de Dança, Clara Trigo, encara o procedimento como natural e afirma que a vitória da classe artística é evidente em outro ponto.

É parte do processo, absolutamente previsível e esperado. É normal que os documentos públicos sejam compartilhados com os setores. Mais importante do que ter recebido a minuta é os colegiados terem conseguido colocar na pauta da Secult assuntos como orçamento, Fundo de Cultura e repasse de dinheiro”, finaliza.

Fonte: Ascom CEC

domingo, 17 de novembro de 2013

Professor fomenta pesquisa e estudo de dança no Território da Bacia do Rio Corrente

Professor Samuel Guimarães (Créditos: Rosa Tunes)
“Samuel Guimarães é um cara apaixonado, muito apaixonado pelo que faz e faz de coração com muito amor. É assim que descrevo hoje o meu trabalho e a minha pessoa como artista.”

Encontrar equilíbrio entre dança, vida e trabalho, o que não é nada fácil, há de ser o desejo de muitas pessoas, para tanto, é preciso esforço e muita força de vontade. Quando se mora no interior, desprivilegiado de pesquisas e estudos ligados ao tema, lugar de pouca valorização desta manifestação, essa coragem precisa ser redimensionada a graus gigantescos. Afinal, viver de arte não é uma arte fácil.
Aula no Studio de Dança Samuel Guimarães (Créditos: Rosa Tunes)
Exemplo de competência e profissionalismo, natural de Eunápolis no extremo sul da Bahia, santa-mariense por opção, Samuel Guimarães encontrou na dança motivo pelo qual viver, de onde tira o seu próprio sustento e vem contribuindo para ascensão da dança no Oeste da Bahia. 
Aula no Studio de Dança Samuel Guimarães (Créditos: Rosa Tunes)
Tendo chegado à região no ano de 2008, desde então vem se conceituando no cenário artístico, quer seja pelo trabalho desenvolvido em seu estúdio (Studio de Dança Samuel Guimarães), ou pelas suas diversas ações e intervenções nos espaços culturais da região. 
Aula no Studio de Dança Samuel Guimarães (Créditos: Rosa Tunes)
Samuel Guimarães é um cara apaixonado, muito apaixonado pelo que faz e faz de coração com muito amor. É assim que descrevo hoje o meu trabalho e a minha pessoa como artista”, assim se autodefine. Vale a pena conferir e conhecer um pouco do trabalho e da trajetória artística deste grande homem. Exemplo de profissionalismo e resistência.

Segue entrevista concedida ao Culturas Corrente.

Em que ano você chegou nessa região o que te fez vim parar aqui?
Foi no ano de 2008. Cheguei aqui a convite do pessoal da Banda Bota Rasgada, vim trabalhar como bailarino. Acabei morando em Correntina por certo tempo, uma das bailarinas que mora aqui em Santa Maria me convidou para vim conhecer a cidade, acabei conhecendo onde trabalho hoje. Em 2010 comecei com esse trabalho de dar aula na cidade e estou até hoje.

Desde quando trabalha com dança?
O interesse surgiu na adolescência, quando comecei a trabalhar profissionalmente tinha apenas 17 anos, conheci o balé quando eu tinha 20 anos... Pra vocês verem que nunca é tarde pra se iniciar nada. Na verdade, comecei a fazer clássico com o intuito de melhorar minha performance como bailarino, acabei me apaixonando, cai por acidente como professor e hoje estou aqui, amo muito o que faço.

Como foi esse “acidente”? 
Quando comecei fazer balé, foi com a Denise Montalvani em Eunápolis. Quando estávamos fazendo as oficinas ela falou assim: “Samuel você vai fazer uma oficina em tal lugar assim, num projeto social em um bairro carente”. Começaram 5 oficinas, a única que foi até o final foi a minha apesar de muito sacrifício. Havia feito um curso de capacitação em balé infantil e ai tinha que colocar isso em prática com a supervisão da Denise. Recebi um convite pra vim pra Correntina, na academia que eu malhava tinha aula de balé, um dia a professora precisou viajar e a turma ficou sem professor, o dono da academia me chamou e falou assim: “Tu não quer dar aula de balé não?” Respondi dizendo que não tinha muito jeito pra coisa. Na verdade não tinha interesse. Acabei dando as aulas, comecei como substituto, foi de onde surgiu o interesse, gostei, comecei a colocar em prática e de lá pra cá fui me qualificando.

Hoje você tem o seu próprio estúdio, nele você trabalha com quais estilos de dança?
Sim, é o Studio de Dança Samuel Guimarães, o carro chefe do estúdio é o balé clássico e o jazz, mais trabalho com dança em geral. Agora a gente tá com uma novidade que é o Zumba, novidade do mundo fitness. 

Qual o perfil dos seus alunos? 
São alunos da rede pública e privada de ensino, é aberto a todos os públicos. Nossa faixa etária é bem heterogênea, de 2 anos e meio até alunos de 86 anos, por que trabalho com turminha do baby class e turma da melhor idade. 

Como está sendo a aceitação do seu trabalho?
Sou meio suspeito a responder. São quatro anos aqui e graças a Deus o trabalho expandiu-se, recebi mais convites, trabalho em mais duas cidades (Santana e Coribe), tenho uma quantidade significativa de alunos e o carinho deles por mim é uma coisa muito grande. 

Como você avalia o cenário da dança nesse território?
Tá crescendo bastante, ainda existe a carência, não só em Santa Maria, mais no nosso país em geral há muita carência na área da dança, isso é fato.

Desenvolve ou já desenvolveu algum trabalho social ligado à dança?
Sim, claro. Além do projeto que falei quando era aluno, já trabalhei com a orquestra sinfônica do Descobrimento em Eunápolis e Porto Seguro também. E aqui em Santa Maria trabalhei com a Quadrilha Junina Fulo do Cerrado, atuei como coreógrafo e professor, foram dois anos, assinei dois espetáculos. Além desse trabalho busco apoiar o pessoal das escolas públicas, tenho alunos bolsistas no estúdio.

Quem é Samuel Guimarães no contexto da cultura?
Samuel Guimarães é um cara apaixonado, muito apaixonado pelo que faz e faz de coração com muito amor, é assim que eu descrevo hoje o meu trabalho e a minha pessoa como artista. 

CONHEÇA MAIS DO TRABALHO NESTE LINK


Por Culturas Corrente

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Governador e secretário de Cultura recebem membros dos Colegiados Setoriais no Dia da Cultura

Crétidos: SecultBA
O governador Jaques Wagner e o secretário estadual de Cultura Albino Rubim receberam membros dos Colegiados Setoriais de Cultura em reunião na Governadoria nesta terça-feira, 5 de novembro. No encontro, realizado no Dia da Cultura, Wagner assumiu o compromisso de se reunir com o secretário da Fazenda, Manoel Vitório, e com Rubim para discutir o pagamento dos valores em aberto do Fundo de Cultura da Bahia, além da possibilidade de repasse imediato dos recursos destinados ao Fundo. O governador irá analisar, ainda, a possibilidade de vinculação de um orçamento mínimo para a pasta de cultura, entre 0,8% e 1%, a partir de 2014.

Houve um avanço significativo na democratização e no acesso ao Fundo de Cultura. Agora, nosso desafio é resolver a questão do fluxo de recursos. Vocês têm a minha solidariedade nessa causa”, afirmou Jaques Wagner. Participaram da reunião o deputado Álvaro Gomes – presidente da Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e Serviços Públicos da Assembleia, o presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Diversões do Estado da Bahia, Fernando Marinho, o presidente do Conselho Estadual de Cultura, Márcio Caires, membros dos Colegiados de Teatro, Literatura, Música, Dança, Audiovisual, Artes Visuais e Circo, além do superintendente de promoção cultural da Secult, Carlos Paiva, do chefe de gabinete da Secult Rômulo Cravo e das diretoras da Fundação Cultural do Estado da Bahia, Nehle Frank, e da Fundação Pedro Calmon, Fatima Fróes.

Fonte: SecultBA

sábado, 9 de novembro de 2013

Comissão de Educação aprova dança e teatro como disciplinas obrigatórias do ensino básico

Proposta ainda será analisada pela CCJ.

A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou proposta que estabelece como disciplinas obrigatórias da educação básica as artes visuais, a dança, a música e o teatro. O texto altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB –9.394/96), que, atualmente, entre os conteúdos relacionados à área artística, prevê a obrigatoriedade somente do ensino da música.

Foi aprovado o substitutivo do relator, deputado Raul Henry (PMDB-PE), ao Projeto de Lei 7032/10, do Senado. O texto original determinava a inclusão da música, das artes plásticas e das artes cênicas no currículo das escolas do ensino fundamental.

Henry lembrou que a LDB já previa o ensino das artes nos currículos da educação básica, mas não especificava quais eram as essas "artes". “Era preciso regulamentar isso”, apontou. Ele disse que optou por deixar explícita na lei as linguagens em que há cursos de formação em licenciatura nas universidades brasileiras. “Essa era uma demandas das faculdades de dança, teatro e artes visuais [artes plásticas, fotografia e cinema, entre outras]”, comentou.

Ensino integral

O relator acrescentou que, no momento em que ganha força a ideia da educação em tempo integral, a valorização curricular das diferentes linguagens artísticas contribuirá para a efetivação desse novo modelo de escola.

Para o professor de música Luciano Mendes, o ensino de variadas artes vai facilitar a assimilação de outros conteúdos, além de manter vivo o lado criativo dos alunos. Ele acredita que a inclusão dessas disciplinas não vai tornar o currículo mais pesado. "O estudo da música e de outras artes na escola não precisa ter o mesmo peso das outras matérias. É possível trabalhar o conteúdo de artes de uma maneira que não seja cansativa para o estudante", declarou.

O texto determina um prazo de cinco anos para que as instituições de ensino se adaptem ao novo currículo.

Tramitação

A proposta, aprovada no último dia 16, ainda será analisada, em caráter conclusivo, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).

Íntegra da proposta: PL-7032/2010

Reportagem – Karla Alessandra
Edição – Marcelo Oliveira

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Programa Rumos Itaú Cultural: conheça e participe!

O Rumos Itaú cultural é mais uma fonte possível de financiamento. Conheça melhor e veja se corresponde com o perfil do seu projeto.
O programa Rumos Itaú Cultural completa 16 anos. Nesse período, possibilitou ações artísticas e culturais que atingiram um público de mais de 5,1 milhões de pessoas, selecionou 1.130 artistas, pesquisadores e produtores, construiu relações culturais e afetivas e gerou outros programas, se reinventando a cada edição.

Em 2013, o Rumos Itaú Cultural apresenta mudanças profundas e estruturais em seu conceito, fruto do diálogo entre artistas, produtores, pesquisadores, cientistas e gestores da instituição. O resultado é uma estrutura adaptável que, independente da área de expressão ou do campo de reflexão, encara deslocamentos e desafios em seu processo e não apenas atende uma ação tradicional de constituição permanente e estável. Memória e transformação juntos em busca de melhoras.

É nosso papel propiciar ambientes para criação, experimentação, encontros, desencontros, leituras, releituras, assumindo os riscos e a incerteza como princípios da dinâmica do processo. É nossa obrigação criar diálogos e fomentar produções culturais de todos os tipos, individuais e/ou coletivas, de uma ou mais áreas de expressão artística e do pensamento.

Porque o artista, o agente, o coletivo ou o pensador sabe qual a melhor forma para seu trabalho e para se relacionar com os interlocutores, os critérios são móveis, livres, nunca reduzidos em suas complexidades. E porque um programa de fomento e apoio a artistas e pesquisadores deve ter o olhar voltado para o público e sua formação cultural.

No lugar de regulamento, o programa está estruturado em forma de perguntas e respostas. Convidamos você a esse mergulho.

1. Quem participa do Rumos Itaú Cultural?
Pessoas físicas com idade mínima de 16 anos* completados até o último dia de inscrição, até mesmo duplas, trios, coletivos ou grupos, e pessoas jurídicas com sede no Brasil, inclusive selecionados em outras edições do programa.

*Para os inscritos menores de 18 anos, salvo os emancipados, será exigido que seu(s) responsável(is) legal(is) assine(m) os termos contratuais previstos neste documento. Os menores de 18 anos deverão indicar na ficha de inscrição o nome e os dados de seu(s) representante(s) legal(is).

Não serão aceitas inscrições de entes da administração pública direta, como presidência, ministérios e órgãos de assessoramento federal; governos, secretarias estaduais e órgãos de assessoramento estadual; prefeituras, secretarias municipais e órgãos de assessoramento municipal; e entes da administração indireta nas esferas federal, estadual e municipal: autarquias, empresas públicas, sociedade de economia mista, fundações públicas e órgãos públicos, como bibliotecas, universidades, escolas, museus e centros culturais.

Serão aceitas inscrições de quaisquer entidades de natureza privada, como OSs, OSCIPs, ONGs, Associações de Amigos, Associações Civis, Fundações Privadas e similares.

2. Apenas brasileiros podem participar?
Não. Estrangeiros também podem participar (apenas como pessoa física), até mesmo duplas ou grupos de estrangeiros e brasileiros, desde que o projeto (pesquisa ou produção de uma obra) trate de arte e cultura brasileiras.
3. Em que idioma será feita a inscrição?

As inscrições só serão aceitas em português.

A opção por manter todo o material relativo ao programa em português visa estimular nos participantes o uso da língua e comprovar a proficiência de estrangeiros interessados em participar.

4. Quais as características dos trabalhos inscritos?
Podem ser inscritos trabalhos de arte e cultura brasileiras em quaisquer expressões artísticas e/ou intelectuais, apresentados e/ou desenvolvidos em quaisquer tipos de suporte, formato, área artística ou mídia.

5. Como faço a inscrição?
Exclusivamente no www.itaucultural.org.br/rumos. As inscrições são gratuitas e podem ser efetuadas no período de 3 de setembro até às 23h59 (horário de Brasília) de 14 de novembro de 2013.

Os proponentes poderão editar os formulários e arquivos on-line e as inscrições serão consideradas concluídas até a data limite (23h59 do dia 14 de novembro − horário de Brasília).

O formulário de inscrição deverá ser preenchido integralmente e descrever e detalhar itens como conceito, planejamento, cronograma, orçamento, viabilidade técnica, logística, produção executiva, entre outros, pois isso facilitará e ampliará a análise da Comissão de Seleção Rumos Itaú Cultural.

Não é necessário inscrição no Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) do Governo Federal nem nenhum outro vínculo com programas públicos ou privados de incentivo.

6. Posso inscrever mais de um projeto?
Será aceita apenas a inscrição de um projeto para cada número de Cadastro de Pessoa Física (CPF) ou Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).

7. No caso de artista ligado a cooperativas, como proceder?
A inscrição deve ser feita como pessoa física. Caso selecionado, o proponente poderá formalizar o contrato em nome da cooperativa.

8. Posso participar de mais de um projeto?
Sim, como participante ou integrante de grupos, coletivos ou equipe técnica.

9. Como saber se minha inscrição foi aceita?
Após completar sua inscrição, você receberá uma confirmação por e-mail. Caso não receba a confirmação de inscrição, e, mesmo depois de ter verificado, inclusive, caixa de spam do seu email, entre em contato conosco pelo rumos@apps.itaucultural.org.br. Lembramos que será possível editar os dados de seu projeto até o final do prazo de inscrição.

10. Posso anexar arquivos à minha inscrição?
Você poderá anexar os arquivos que achar mais adequados ao perfil de sua inscrição: imagens, músicas, audiovisuais, desenhos, textos, orçamentos, descrições técnicas, roteiros, entre outros.

Os anexos terão limite de 10 Mb cada um, nos formatos áudio (mp3), textos (doc. e pdf.), vídeos (links do VIMEO ou Youtube) e imagens (jpeg, tiff, png). Links para vídeos podem ser configurados com senha, se necessário, desde que a senha seja informada no formulário de inscrição.

Os anexos não dispensam o preenchimento integral dos campos do formulário de inscrição. Não serão considerados válidos materiais entregues pessoalmente, enviados por e-mail ou pelo correio, por exemplo.

11. Quais as modalidades do programa?
O projeto poderá ser inscrito em uma ou mais das modalidades indicadas na ficha de inscrição:

a. Articulação
Articular entre instituições, artistas, produtores culturais, público e outros envolvidos atividades contínuas ou específicas relacionadas à produção artística e cultural;

b. Circulação de repertório
Projeto de circulação de apresentações artísticas (teatro, dança, música, entre outros) e de acervos (artes visuais, fotografias, entre outros) no Brasil e no exterior;

c. Criação e/ou produção de obra
Projeto de desenvolvimento de trabalhos artísticos variados – de instalações, composições, performances, coreografias, roteiros, espetáculos, ensaios fotográficos, a programas de rádio, TV, internet, documentários, CDs e DVDs;

d. Desenvolvimento de produtos, plataformas e softwares
Projeto de desenvolvimento de produtos artísticos/culturais, desde ações concretas a propostas virtuais, como plataformas web, games, agentes inteligentes e aplicativos;

e. Documentação
Organização e preservação de acervos, digitalização de documentos, entre outros, relacionados à arte e à cultura brasileiras;

f. Finalização de projetos
Projeto em andamento;

g. Formação
Projeto com foco na educação cultural, formal ou não formal, a ser realizado no Brasil;

h. Pesquisa
Desenvolvimento de pesquisas relacionadas à arte e à cultura brasileiras;

i. Publicação
Projeto de edição de livro, catálogo, revista, jornal, fanzine, quadrinhos ou outros, em qualquer suporte;

j. Crítica
Projetos de crítica (acadêmica, jornalística ou outra) às produções contemporâneas em todos os campos de expressão artística;

k. Residência
Proposta de indivíduos ou coletivos para vivências em residências nas áreas de artes, cultura, pesquisa e educação no Brasil ou no exterior;

l. Oficina, seminário, encontro e similares
Projeto de realização de seminário, simpósio, debate e oficina, entre outros, com a possibilidade de convidados do Brasil e/ou do exterior;

m. Outras possibilidades
Projetos que não se incluam em nenhuma das modalidades acima podem ser especificados em detalhes para nossa avaliação.

12. Quantos trabalhos serão contemplados?
Não há número mínimo ou máximo de projetos, propostas ou obras a ser contemplados. Esta decisão será de exclusiva atribuição da Comissão de Seleção Rumos Itaú Cultural, observando o limite orçamentário do programa.

13. Como será definido o cronograma de execução dos projetos? Existe prazo para conclusão?
O cronograma das ações será construído em processo, a partir das propostas dos proponentes e das análises da Comissão de Seleção Rumos Itaú Cultural.

14. Qual é o valor máximo de recursos por projeto contemplado?
O montante total aportado por proposta, projeto ou obra, observará o limite de até R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais) brutos.

As condições de liberação dos recursos serão previstas em contrato.

Pagamentos em moeda estrangeira observarão o câmbio do dia da liberação do recurso.

O eventual valor ou apoio constante em contrato terá como titular único e exclusivo o proponente do trabalho, não podendo ser substituído por premiação de outra natureza.

Não haverá prestação de conta.

15. Posso complementar meu orçamento com recursos de outras fontes?
Sim. Não há impedimento prévio, mas as condições serão avaliadas pela área jurídica do Itaú Cultural.

16. Como será feita a seleção?

Em duas etapas:

Fase de pré-seleção – Todas as inscrições serão analisadas pelos integrantes da Comissão de Seleção Rumos Itaú Cultural, com o objetivo de eliminar as inscrições inválidas – que não cumpram os requisitos mínimos exigidos ou não atendam alguma questão legal e/ou os trabalhos cujos descritivos inviabilizem sua compreensão ou avaliação.

Fase de seleção − Todos os trabalhos pré-selecionados serão analisados pela Comissão de Seleção Rumos Itaú Cultural sob diversos critérios: criação, originalidade, qualidade, experimentação, inovação, abrangência, contemporaneidade, viabilidade técnica, orçamento, execução e viabilidade legal, entre outros.

A Comissão de Seleção Rumos Itaú Cultural terá poder em sua atuação e poderá convocar o proponente para detalhar ou explicitar seu projeto.

A Comissão de Seleção Rumos Itaú Cultural poderá também visitar locais relacionados ao trabalho, caso julgue necessário. Funcionando como uma mediadora, a Comissão de Seleção Rumos Itaú Cultural pode ainda destacar entre os projetos/proponentes interações, correlações e outras coincidências, reservando sempre aos envolvidos independência para aceitar ou não as sugestões.

A respeito da seleção dos projetos, a Comissão de Seleção Rumos Itaú Cultural é autônoma e suas decisões são soberanas, não sendo passíveis de questionamentos e/ou recursos.

17. Quem são os integrantes da comissão?
Juarez Fonseca, Marcelo Evelin, Marcelo Gomes, Nélio Bizzo, Reinaldo Pamponet, Regina Silveira, Valmir Santos e os gestores do Itaú Cultural Claudiney Ferreira, Edson Natale, Marcos Cuzziol, Sofia Fan, Sonia Sobral e Valéria Toloi.

A substituição de um membro da Comissão de Seleção Rumos Itaú Cultural, se necessária, será feita em consenso entre os demais integrantes.

18. Como saberei do resultado?
Os contemplados serão informados por telefone e/ou e-mail, até 27 de maio de 2014. Em seguida, os resultados serão divulgados no site do Itaú Cultural e nos meios de comunicação.

19. Devo me preocupar com direitos autorais?
Sim. Se seu trabalho possuir obra, conteúdo e/ou imagem/voz de terceiros, você precisará da autorização dos respectivos titulares para utilização.

Os contemplados serão responsáveis, caso selecionados, pela obtenção de toda e qualquer autorização, licenciamento ou cessão de direitos relativos a obras (textos, músicas, fotografias etc.).

Os valores a serem pagos para licenciamentos de direitos autorais deverão estar previstos no orçamento do projeto.

20. O Itaú Cultural fornecerá orientação jurídica para auxiliar no cumprimento dessas questões?
Sim, o Itaú Cultural colaborará com orientações, mas não será o responsável pela obtenção das licenças e/ou liberações, entre outros.

O contemplado será o responsável, de forma exclusiva e integral, por eventuais reclamações, questionamentos, acusações ou alegações de plágio ou violação a direitos autorais, conexos, patrimoniais, de propriedade industrial, de titularidade de terceiros, dentre outros, inclusive pela omissão de informações.

21. Como será formalizada a relação com os contemplados?
O Itaú Cultural formalizará os termos de acordo com a natureza de cada projeto.

22. Divulgação do programa
Caso selecionado, o participante, desde já, autoriza o Itaú Cultural a utilizar imagens e currículos para exibição em mídia impressa e eletrônica (internet), exclusivamente para divulgação do Rumos Itaú Cultural.

A utilização ora prevista não tem limitação temporal ou numérica e é válida para o Brasil e para o exterior, sem que seja devida nenhuma remuneração, a qualquer título.

O Itaú Cultural poderá divulgar todas as etapas deste programa em qualquer mídia, inclusive internet.

23. Quais documentos deverei apresentar para a confecção do contrato caso seja selecionado?

a. Pessoas Físicas – cópias simples do CPF e inscrição no INSS ou PIS/Pasep. No caso de estrangeiros, cópia do passaporte ou RNE (Registro Nacional de Estrangeiros);

b. Pessoas Jurídicas – cópia simples do contrato social (o objeto social terá de ser compatível com o projeto contemplado), ata de constituição ou estatuto social da pessoa jurídica; cópia simples do cartão CNPJ; e ata de assembleia, ata de posse ou ata das alterações estatutárias indicando quem é, ou quem são, o(s) atual(is) representante(s) legal(is) da pessoa jurídica;

Por nenhuma outra forma, que não o referido contrato, os contemplados poderão usufruir o que está estabelecido e previsto no Rumos Itaú Cultural.

24. Devo anexar carta de anuência de convidados do trabalho?
Sim, caso seu trabalho verse sobre a vida ou a obra de terceiros, instituições ou empresas, você terá, caso selecionado, de apresentar as cartas de anuência.

25. Há restrições para que meu trabalho seja comercializado?
O Itaú Cultural assegura por contrato alguns direitos de divulgação de seu trabalho no desdobramento da sua participação no programa, mas isso não impedirá que você comercialize seu trabalho, isentando o Itaú Cultural de quaisquer acordos relacionados a esta comercialização.

O Itaú Cultural não receberá, em nenhuma hipótese, royalties advindos de eventuais comercializações.

26. Quem não pode participar do Rumos Itaú Cultural?
É vedada a participação de: Funcionários e estagiários do Itaú Cultural e seus parentes (cônjuges, companheiros, parentes até segundo grau, afins e dependentes); Ex-funcionários e ex-estagiários com menos de 1 (um) ano de desligamento do Itaú Cultural, a contar da data de publicação deste documento 03/09/2013; Funcionários e estagiários do Banco Itaú S/A; Alunos e professores da Escola do Auditório Ibirapuera; Terceirizados do Itaú Cultural com contratos vigentes durante o período de inscrição; Integrantes da Comissão de Seleção Rumos Itaú Cultural e seus parentes (cônjuges, companheiros, parentes até segundo grau, afins e dependentes); Pessoas contratadas (físicas ou jurídicas) para a realização do programa.

27. Outras informações
Questões não previstas no presente documento serão avaliadas e decididas sob exclusivo critério da Comissão de Seleção Rumos Itaú Cultural.

O ato de inscrição implica automática e plena concordância com os termos deste documento. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo site www.itaucultural.org.br/rumos ou pelo e-mail rumos@apps.itaucultural.org.br.

Fonte: Site Rumos Itaú Cultural

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Jornadas de Qualificação Musical de Filarmônicas estão com inscrições abertas

Realizados em três cidades de diferentes macroterritórios da Bahia, encontros convocam instrumentistas e regentes de filarmônicas atuantes no estado
Com o objetivo de atualizar, ampliar e aprimorar as vivências musicais de instrumentistas e regentes das filarmônicas atuantes no estado, a Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), entidade vinculada à Secretaria de Cultura do Governo do Estado da Bahia (SecultBA), realiza a primeira edição das Jornadas de Qualificação Musical de Filarmônicas. A ação integra a segunda etapa do Programa de Apoio às Filarmônicas do Estado da Bahia, realizada ao longo deste ano com patrocínio da CAIXA Econômica Federal. Os encontros ocorrerão em três cidades de diferentes macroterritórios da Bahia, no intuito de alcançar públicos e regiões diversas: Bom Jesus da Lapa, no território do Velho Chico, no oeste, de 15 a 17 de novembro; Canavieiras, no Litoral Sul da Bahia, de 22 a 24 de novembro; e Jacobina, no Piemonte da Diamantina, de 6 a 8 de dezembro. As inscrições são gratuitas e estão abertas através de formulário disponível na página www.fundacaocultural.ba.gov.br/filarmonicas.

Em parceria com filarmônicas e instituições municipais, as Jornadas acontecem ao longo de finais de semana, para facilitar a participação dos interessados. A programação inclui oficinas que serão ministradas por profissionais de reconhecida competência, mesa redonda e apresentações musicais. As vagas oferecidas são direcionadas para o trabalho específico de instrumentos (flauta; clarineta; saxofone; trompete; trombone; bombardino e tuba; percussão) ou técnicas e teóricas (regência e técnicas de ensaio; teoria e harmonia; arranjo; composição). Na inscrição, é necessário indicar a turma desejada dentre estas opções. A participação, sujeita ao número de vagas, será confirmada por telefone ou e-mail.

Programa de Apoio as Filarmônicas do Estado da Bahia: Lançado em 2009, o Programa de Apoio às Filarmônicas do Estado da Bahia objetiva incentivar e valorizar a importante tradição musical das filarmônicas do estado. Em sua primeira etapa, a iniciativa mapeou 183 filarmônicas localizadas em todos os territórios de identidade baianos, sediadas em 170 municípios, e concedeu apoio para 87 delas, distribuindo R$ 4 milhões para aquisição de 1.262 instrumentos musicais e mais de 6 mil acessórios, fardamentos e equipamentos de informática, além de conserto em mais de 500 instrumentos, obtendo impacto direto sobre 74 escolas de música, 4.219 alunos e 2.440 músicos de toda a Bahia.

Nesta nova etapa, contribuindo para o suprimento das demandas materiais das bandas e da qualificação técnico-profissional dos seus gestores e músicos, o Programa amplia suas ações. Mais 30 filarmônicas serão diretamente apoiadas com até R$ 30 mil para que se equipem com instrumentos e demais aparatos técnicos, e todas as bandas cadastradas serão beneficiadas com ações de formação e difusão, tais como as Jornadas deste momento. A continuidade do projeto se possibilitou com o patrocínio exclusivo da CAIXA Econômica Federal, que disponibilizou um total de R$ 1,5 milhão, garantindo os recursos necessários para o ano de 2013.

Jornadas de Qualificação Musical de Filarmônicas 2013

BOM JESUS DA LAPA – Macroterritório 5
Onde: Escola Modelo Luis Eduardo Magalhães
Quando: 15 a 17 de novembro
(sexta e sábado, 9h às 12h e 14h às 17h; domingo, 9h às 12h e 14 às 19h)
Inscrições: Até 13 de novembro

CANAVIEIRAS – Macroterritório 1
Onde: Escola Professora Noécia Vidal Cavalcante
Quando: 22 a 24 de novembro
(sexta e sábado, 9h às 12h e 14h às 17h; domingo, 9h às 12h e 14 às 19h)
Inscrições: Até 17 de novembro

JACOBINA – Macroterritório 4
Onde: Centro Cultural de Jacobina
Quando: 6 a 8 de dezembro
(sexta e sábado, 9h às 12h e 14h às 17h; domingo, 9h às 12h e 14 às 19h)
Inscrições: Até 1º de dezembro

Formulário de inscrição disponível em: www.fundacaocultural.ba.gov.br/filarmonicas
Quanto: Gratuito
Informações: (71) 3324-8524 | musica.funceb@funceb.ba.gov.br
Produção: Barra Livre
Realização: FUNCEB/ SecultBA/ Governo da Bahia
Patrocínio: CAIXA Econômica Federal/ Governo do Brasil

Fonte: Site FUNCEB

Plano Estadual de Cultura é aprovado em Sessão Plenária do Conselho de Cultura

Sessão plenária (Créditos  Estela Marques)
Os membros do Conselho Estadual de Cultura (CEC) aprovaram na última terça-feira, 05, o Plano Estadual de Cultura, que define as prioridades da política cultural da Bahia nos próximos dez anos. O documento foi colocado em votação durante Sessão Plenária na sede do órgão, no Campo Grande. Agora, a Secretaria de Cultura (SecultBA) terá que encaminhá-lo para votação na Assembleia Legislativa da Bahia.

O Plano Estadual de Cultura reúne diretrizes, estratégias e ações que perpassam diversas áreas da cultura. Sua elaboração teve como alicerce demandas discutidas pela sociedade civil nas quatro conferências Estaduais, Setoriais e Territoriais de Cultura, além de ter sido feita uma consulta pública. O texto final do documento será divulgado após a votação na Assembleia Legislativa da Bahia, porém, algumas emendas foram inseridas por sugestões dos conselheiros.

Uma das emendas mais importantes é a que obriga o poder público a oferecer assessoria técnica aos conselhos de cultura. A ideia é que essa ação beneficie os agentes culturais de cidades do interior que precisam compreender como as políticas culturais são desenvolvidas. Outra alteração é a que determina a necessidade de se estimular a criação de Câmaras Temáticas de Cultura nos Colegiados de Desenvolvimento Territorial (Codeters), estimulando as discussões das políticas culturais dos Territórios de Identidade.

Já no capítulo que trata das ações da economia da cultura, foi ampliado o item baseado em uma demanda oriunda da consulta pública e que trata de como melhorar a participação da cultura no desenvolvimento da Bahia. A redação final determina que seja estimulada, “por meio de parcerias com entidades da sociedade civil e do poder público, a economia solidária no campo cultural”.

A votação do Plano Estadual de Cultura foi mediada pelo vice-presidente do Conselho Estadual de Cultura, Aurélio Schommer. Estiveram presentes os consultores do Ministério da Cultura (MinC), Sophia Rocha e Henrique Andrade, que apresentaram o documento antes da votação. Sophia explicou que o plano será crucial na integração com as normas que serão implantadas pelos Planos Setoriais.“É impossível que o Plano Estadual abarque tudo relacionado à cultura da Bahia. As especificidades de cada área serão tratadas dentro dos planos setoriais”, explica.

OPINIÕES – O conselheiro de cultura Sandro Magalhães, diretor de territorialização da cultura na SecultBA, participou da comissão que formulou o Plano Estadual e explicou a importância do documento ser enviado à Assembleia. Ele lembrou que a participação do Conselho Estadual de Cultura será ainda mais importante a partir de agora, quando começam as discussões sobre as metas que precisam ser traçadas a partir do texto aprovado.

Alguns membros do conselho aproveitaram a Sessão Plenária para criticar o plano, como foi o caso de Ordep Serra. Ele alertou que há falta de detalhamento sobre como as ações serão definidas e disse ser contrário à elaboração de um documento com validade para dez anos. “Estamos em uma situação de crise. Precisamos é de um plano de crise, de um melhor diagnóstico e aprofundamento da discussão”, assinalou.

A mesma preocupação foi levantada pela conselheira Tica Simões, que lamentou o fato de o documento não conter um planejamento específico para o próximo ano. Tica lembrou que o atual contingenciamento de verba no setor cultural tende a continuar em 2014 e será preciso buscar meios de amenizar os prejuízos. “E não dá para saber no plano o que tem de prioridade. Como esse orçamento vai ser ajustado?”, questionou.

Em defesa do Plano Estadual, o conselheiro Fábio Paes lembrou que a crise no setor de cultura não será resolvida dentro do plano. Paes considerou prudente a aprovação do texto para que houvesse agilidade no processo de adequação à Lei Orgânica da Cultura.

Estiveram presentes na Sessão Plenária os conselheiros Aderbal Duarte, Almandrade, Alva Célia, Araken Galvão, Aurélio Schommer, Carlinhos Cor das Águas, Fábio Paes, Juracy Dória, Mary Garcia, Normelita Oliveira, Ordep Serra, Pasqualino Magnavita, Sandro Magalhães e Tica Simões.

HISTÓRICO – O Plano Estadual de Cultura foi criado com a participação de um grupo de trabalho criado a partir das quatro unidades vinculadas da SecultBa: Fundação Pedro Calmon (FPC), Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac) e Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI). Também fizeram parte do debate as superintendências de Promoção Cultural e de Desenvolvimento Territorial da Cultura.

O conteúdo do projeto foi debatido ainda em reuniões com os membros do Conselho Estadual de Cultura, representantes da comissão da rede de Pontos de Cultura da Bahia e a diretoria da Associação de Dirigentes Municipais de Cultura (Adimcba). Seu texto é dividido em três eixos. O primeiro deles trata do diagnóstico cultural, que objetiva fornecer subsídios para definir ações prioritárias.

O segundo discorre sobre os princípios e objetivos que devem orientar a sua construção, de acordo com Lei Orgânica da Cultura da Bahia (Lei nº 12.365/2011). O documento é finalizado com as diretrizes, estratégias e ações, que deverão ser executadas ao longo de uma década. O material é constituído também por metas, fontes de financiamento e critérios que norteiam o seu monitoramento e avaliação.

*Crédito da foto: Ascom CEC / Estela Marques

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

No dia Nacional da Cultura, Santa Maria da Vitória tem Gestão Cultural reprovada

Artistas, pesquisadores e ativistas reprovam o atual modelo de gestão cultural assumido pelo Governo Municipal, a cidade ainda não dispõe de um Sistema Municipal de Cultura.
Foto da "Exposição Carrancas: a arte barranqueira do mestre Guarany" (Créditos Purky)

No dia 5 de novembro, data de aniversário de nascimento do jurista, político, escritor e diplomata Rui Barbosa (1849-1923), é comemorado o Dia da Cultura no Brasil. A data comemorativa foi criada em 15 de maio de 1970, pela Lei nº 5.579.

O Brasil, e consequentemente a Bahia, tem muito a comemorar. Ao longo dos últimos anos, desde a gestão do Ministro Gilberto Gil, foram dados passos importantes visando valorização da cultura, entre os quais destacam se: políticas voltadas para o reconhecimento e fomento das práticas criativas e ampliação do conceito de cultura a ser apoiadas por ações de governo.

A Constituição é a lei fundamental e suprema de uma nação, ditando a sua forma de organização e seus princípios basilares. No Art. 215 rege: “O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais”. Sendo assim a cultura passa a ser um direito constitucional a exemplo da saúde e educação. 
Capoeira Camarada (Créditos: Rosa Tunes)
A Bahia tem caminhado firme nesse proposito de garantias, já realizou sua V Conferência Estadual, mantém política de descentralização de recursos e ações, há um ano aprovou a Lei Orgânica da Cultura, tem efetivado a implantação dos Colegiados Setoriais, realizou pela primeira vez eleição para representantes do Conselho Estadual de Cultura (CEC) e está em processo de criação dos planos setoriais de cultura.

No auge dos seus 104 anos, berço de importantes nomes, cidade polo do Território da Bacia do Rio Corrente, prestes a receber um campus da recém criada Universidade Federal do Oeste (UFOB), Santa Maria é uma exceção: única cidade do território a não efetivar a criação do seu Sistema Municipal de Cultura (SMC). Teve sua gestão de cultura avaliada como inoperante, de caráter personalista, com ações pontuais e pouco diálogo com a classe. A cidade não dispõe de ações de preservação do patrimônio, a cultura do campo e da cidade é timidamente assistida pelo poder público, quando ocorre apoio é de forma pontual e não através de uma ação continuada garantida no orçamento. Sendo terra natal de Francisco Biquiba de Lafuente Guarany, possuindo parte importante do acervo do carranqueiro maior, tem o Museu Guarany instituído por lei municipal, mas o mesmo ainda não saiu do papel.
Jayro Rodrigues na montagem da "Exposição Carrancas:
a arte barranqueira do mestre Guarany" (Créditos Purky)
Na Carta dos Artistas, assinada por 7 entidades e 47 ativistas culturais, entregue ao gestor, no dia 17 de outubro de 2012, por ocasião da passagem da Caravana Cultural da Secult (Secretaria Estadual de Cultura), foi reivindicado uma postura do governo municipal frente à situação da cultura em Santa Maria da Vitória, até o presente momento a classe não obteve resposta sobre os pontos abordados na reivindicação. Na mesma ocasião, outra polêmica ocorrida diz respeito ao “Pseudo Museu Guarany” instalado no prédio do antigo açougue municipal, contemplado com recursos do Fundo Estadual de Cultura (FCBA) sendo posteriormente cancelado o apoio por conta de irregularidades no projeto e ação movida no Ministério Público do Estado. Sobre o assunto o gestor não demostrou claro posicionamento em público. 
Quadrilha Junina Fulô do Cerrado (Créditos Marco Athayde)
A atual gestão silencia frente aos problemas que envolvem a classe, não temos resposta a Carta dos Artistas, não conhecemos o posicionamento dele a acerca da problemática do pseudo museu” contribui Robson Vieira, arte-educador e ativista cultural, leitor da referida carta na ocasião.

Não temos Sistema Municipal de Cultura (SMC), a gestão parece entender cultura como um acontecimento pontual, desconhecem os valores simbólicos e monetários que estão envolvidos nesse campo. Hoje a economia criativa movimenta parte importante do PIB (Produto Interno Bruto)” completa Robson Vieira ao se referir ao reconhecimento do setor, e conclui “é preciso estabelecer diálogo, ter comprometimento. Não podemos ficar a mercê de interesses pessoais de ninguém. Importante característica da cultura é a autonomia e isso tem que se dar também no campo da gestão. Necessitamos do Sistema Municipal como garantia de uma gestão autônoma sem divisa de interesse. É preciso pensar no coletivo, não mais no bem de pequenos grupos”.

Ativista cultural e membro da Associação de Jovens da Vila Leopoldo, Antônio Torinha avalia: “a Secretaria de Cultura de Santa Maria devia funcionar para dar apoio aos grupos culturais, tanto da sede como da zona rural, e ate mesmo incentivar para que venha desenvolver a cultura do nosso município... A gente sente uma grande dificuldade para dar continuidade e manter esse trabalho que é uma grande resistência”.
Zé Pereira, importante tradição carnavalesca
(créditos Rosa Tunes)
Educador musical, um dos percursores da Sociedade Lyra do Corrente, hoje morando em Montes Claros para dar continuidade à sua formação, Jailton Silva avalia a gestão cultural da cidade como “carente de uma secretaria que direcione atenção e incentivo às manifestações culturais do município. Isso pelo fato de que cultura é uma de suas maiores riquezas”.

Poeta e vereador, Benilson Athayde contribui: “estamos em trânsito de um modelo que nada tinha para uma perspectiva de implantação, então nesse período, falo especificamente da atual gestão, ela é sem planejamento, sem metodologia, sem sistema mesmo, não tem um sistema nem mesmo formalizado nem empírico. As coisas acontecem ao sabor dos ventos”. 
Jayro Rodrigues na montagem da "Exposição Carrancas:
a arte barranqueira do mestre Guarany" (Créditos Purky)
Pós III Conferência Municipal de Cultura, realizada no dia 26 de julho de 2013, o grupo de trabalho (GT), composto por sociedade e poder público, deram inicio aos trabalhos de estudo e produção de documentação necessária para implantação do sistema municipal. Segundo informação de Benilson Athayde, vereador e membro do grupo, os documentos já foram entregues ao prefeito e o mesmo se comprometeu a enviar para a câmara até o dia 15 de novembro com prazo hábil para aprovação antes do recesso.

A comissão participou da leitura de leis e minutas sobre a implantação do sistema... Então fizemos encontro visando adaptação, tiramos e colocamos elementos, conforme estabelecido entregamos, por meio de comissão, ao gestor. De imediato o prefeito se comprometeu e eu sendo vereador sei do regimento da casa, a câmara entra em recesso dia 15 de dezembro. Então a gente projetou que num universo de trinta dias seria o suficiente pra aprovar aqui na câmara. Então já foi entregue, não me lembro bem a data, mas estava com o prefeito ele encaminhou para o jurídico pra fazer os ajustes finais pra poder encaminhar. Segundo o próprio prefeito, dia 15 de novembro está previsto entregar aqui na câmara” disse Benilson Athayde.
"Exposição Carrancas: a arte barranqueira do mestre Guarany"
(Créditos Purky)
Todos os envolvidos com a produção cultural de Santa Maria da Vitória enxergam no Sistema Municipal de Cultura (SMC) uma perspectiva para uma gestão cultural nos moldes republicanos, capaz de corresponder com o perfil cultural do município. Enquanto esse processo não se concretiza a cidade fica para trás comparada aos outros municípios, que em sua maioria estão com seus sistemas formados e em funcionamento.

Por Culturas Corrente