terça-feira, 1 de agosto de 2017

Encontro de Crespos/as e Cacheados/as discute racismo em praça pública na cidade Santa Maria da Vitória

Foto por Tiago Mendou
O último domingo, 30 de junho, foi um dia importante para a luta de combate ao racismo e preconceito no Oeste da Bahia onde aconteceu o primeiro Encontro de Cresp@s e Cachead@s de Santa Maria da Vitória e São Félix do Coribe. O evento contou com participação de pessoas das cidades da região e também das comunidades rurais dos municípios, o público estimado foi 600 pessoas.
Foto por Tiago Mendou
O evento começou com uma palestra proferida pela psicóloga Catiana Santos em que abordou ‘as questões psicológicas da auto estima no processo de transição capilar’. O momento foi seguido de uma roda de conversa na qual as pessoas participaram contando suas experiências pessoais destacando importância de assumir a estética negra como significação de luta contra o racismo. “Foi maravilhoso poder conversar sobre questões que permeiam a autoestima das pessoas que buscam a construção de sua própria identidade através dos cabelos pelo processo de transição capilar. É importante compreender que o cabelo crespo e cacheado também é um ato político” comenta Catiana Santos ao falar sobre sua participação.
Foto por Tiago Mendou
Houve ainda a realização de três oficinas: oficina de turbante, sob orientação de Isi Santos; oficina de transição capilar, que teve como facilitadora Carol Araújo e oficina de cuidados com o cabelo, facilitada por Catiana Santos. “Foi uma experiência afrontosa, desafiadora e prazerosa. É uma gratidão imensa está cercada de gente bonita, preta, crespa e cacheada. É importante se sentir representada e também representante de uma causa e de um movimento de tamanha grandiosidade e excelência para os demais municípios da região” avalia Carol Araújo.
Foto por Tiago Mendou
Um dos idealizadores, Robson Vieira, ao comentar sobre as motivações da realização do evento explica que “falar do cabelo é só um pretexto para o acontecimento do encontro, o contexto é uma sociedade cheia de racismo velado. O principal objetivo é despertar as pessoas para a compreensão de que nenhuma forma de racismo deve ser tolerada em nosso meio”.
Foto por Tiago Mendou

Músicas, danças e poesias deram a dinâmica do evento que teve palco aberto e participação de várias pessoas. A batucada ficou por conta dos músicos Diego Kondosety, Luis Costa, Marcelo Apache e Nayark Souza já o vocal ficou na responsabilidade de Danilo Borges e Vana Ferreira que animaram a noite. Para Marcelo Apache, também realizado do evento, “foi uma honra produzir um encontro onde falo sobre eu mesmo, minhas raízes e minha ideologia. Participar diretamente foi umas das sensações mais maravilhosas que pude sentir, a troca de informações, a musicalidade voltada ao samba de roda que é uma representação simbólica de resistência”.

A realização foi de responsabilidade do Coletivo Culturas Correntes com o apoio do Portal Matutar.

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