sábado, 12 de setembro de 2015

II Romaria do Cerrado reúne mais de duas mil pessoas em Correntina

Com público estimado em duas mil pessoas a II Romaria do Cerrado encerra intensa semana de atividades em Correntina no Oeste da Bahia.
Foto por Robson Vieira
Com o tema "Cerrado em pé: a vida brota das águas" a Semana do Cerrado, ocorrida de 07 a 11 de setembro de 2015, foi de intensas atividades em Correntina. De iniciativa das comunidades, entidades, organizações e movimentos sociais que atuam na região, o evento contou com a participação de representantes de comunidades geraiseiras, fundos e fechos de pasto, quilombolas, estudantes, professores, agentes pastorais, sindicalistas, gestores públicos, vereadores, militantes socioambientais do campo e da cidade, de entidades e movimentos populares, do Oeste Baiano e de outras regiões.
Foto por Robson Vieira
Como parte da programação o IV Seminário do Cerrado aconteceu durante os dias 10 e 11 no Centro de Treinamento de Lideres (CTL) e contou com a presença de 82 pessoas, de 21 entidades que participaram de palestras e debates. Na ocasião as comunidades puderam apresentar suas realidades considerando os grandes projetos investidos no oeste da Bahia, resultando num gigantesco ecocídio. 
Foto por Robson Vieira
Dentro da metodologia do Seminário foi realizada visita de campo a comunidade do Salto onde todos puderam conhecer nascentes que secaram ao longo das últimas décadas e também presenciar o exemplo de luta que aquela comunidade representa. “Fico muito feliz com a escolha dessa comunidade para visita, pois aqui vocês podem ver a nossa luta para defender nossas águas. E nós vamos continuar lutando até o fim. Pelo Cerrado damos nossas vidas”, diz Nego do Salto, lavrador e defensor do Cerrado.
Foto por Robson Vieira
No dia 11, Dia Nacional do Cerrado Brasileiro, aconteceu a II Romaria do Cerrado que contou com a presença de cerca de 2.000 pessoas de 24 municípios e percorreu as ruas de Correntina levando reflexões, faixas e palavras de ordem alertando para a necessidade de tomadas de consciência convidando a população para um pacto de defesa e envolvimento com o Cerrado. 
Foto por Robson Vieira
No percurso foram realizadas paradas nas quais foram lembradas a importância da agricultura familiar como modelo exemplar de respeito e convivência harmoniosa entre ser humano e natureza, sendo responsável pela manutenção do alimento na mesa do brasileiro, exatamente, ao contrário do que faz o agronegócio. Foi também realizada mística rememorando os mártires Eugênio Lyra, Zeca de Rosa e Isaias Cândido, que tombaram lutando em defesa do Cerrado.
Foto por Robson Vieira
Na sequência, nas águas do Rio Correntina, que corta a cidade, foi realizada outra parada onde foi feita analise análise do rio que está com sua vazão visivelmente comprometida. Os participantes chegaram a atravessá-lo caminhando haja visto agravamento do processo de assoreamento. 
Foto por Robson Vieira
O momento final da romaria aconteceu dentro da Igreja Nossa Senhora da Glória, no centro da cidade, onde foi anunciado o município de Canápolis como sede da próxima Semana do Cerrado no ano de 2016.
Foto por Robson Vieira
Na ocasião foi lida a CARTA DE CORRENTINA, documento gerado por realização da Semana do Cerrado, que trata de denúncia e compromissos em defesa do ecossistema. “Em menos de 50 anos, o avanço do agronegócio nos Cerrados, em especial no Oeste Baiano, consumiu cerca de metade do que a natureza gastou milhões de anos para criar e existia há 65 milhões de anos! É sombrio e angustiante constatar a destruição do bioma mais antigo, central no Brasil, decisivo para a existência dos outros biomas que no conjunto fazem a riqueza natural única e um dos diferenciais deste País. Nossa última esperança era que a crise hídrica atual, pela primeira vez generalizada em todas as regiões, e as mudanças climáticas globais nos levassem a cessar a destruição do Cerrado, berço de nossas águas e de toda vida. Mas não é o que esta Semana do Cerrado nos revelou!”, consta no fragmento do documento.
Foto por Robson Vieira
A realização da Semana do Cerrado se consagra como símbolo de luta e defesa do mais antigo bioma brasileiro. 

Por Robson Vieira

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